Os silêncios entre récitas e as palavras favoritas do poeta, como liberdade, solidariedade, justiça, eram tão palpáveis quanto o rufar de corações na plateia, comovida pelo espetáculo raro que subiu ao palco histórico daquele repositório da maior coleção de livros da cidade.

O abraço amigo de íntimos surpreendeu o poeta que talvez esperasse mais alguma formalidade de homenagens solenes e cerimoniosas. Ao contrário, conforme o tempo avançava os discursos tropeçavam na voz embargada dos amigos que, há muito, não o viam, e daqueles que tiveram sua vida profundamente impulsionada pelos versos barulhentos e proibidos da poesia de Thiago de Mello, em meio às perseguições da ditadura militar.

Para os jovens poetas, atores e músicos que estenderam o abraço a Thiago, ficou a inspiração de um homem que costura as palavras sem receio de ofender tendências da poesia contemporânea ou suficientemente ousado para usar a palavra “povo” ou falar da desigualdade social, temas tabu na lírica pós-moderna. Para além das novas gerações que saboreiam a métrica dos versos livres de Thiago de Mello, nomes célebres da crítica literária e da escritura de prosa, poesia e ciência social foram citados todas as vezes em que enalteceram a grandeza de sua poesia. A poeta Fernanda de Almeida Prado, do Sarau Chama Poética, foi quem reuniu a escalada de nomes célebres e citações inspiradas que elevam o nome de Thiago de Mello ao panteão dos escritores universais. 

As personalidades se sucederam em homenagens recebidas com emoção genuína por Thiago de Mello.

O presidente da Fundação Maurício Grabois, Adalberto Monteiro, também poeta, abriu as saudações ao poeta. Leia aqui seu discurso.

O relato sobre as palavras das demais personalidades que subiram ao palco pode ser lida aqui, no Portal Vermelho.

Veja a galeria de fotos, de Everton Amaro, aqui.