Ao inicial seu discurso, Luciana salientou que o centenário ocorre em um contexto marcado por grandes transformações no cenário internacional, “um ambiente complexo e conflitivo, com sobreposições de fenômenos, transformações científicas e tecnológicas e nos modos de produção. A característica principal de nossa época é a crescente tendência à multipolaridade”, que tem se acentuado em decorrência da pandemia de Covid-19.
 
A dirigente também destacou o fato de que, neste cenário, “há intensa luta entre velhas potências imperialistas, que buscam se manter no centro do poder, e os países da periferia do sistema, nações que lutam para constituir projetos autônomos de desenvolvimento soberanos”. O capitalismo, apontou Luciana, “demonstra-se incapaz de responder aos grandes anseios da humanidade como o direito à vida, à paz e ao desenvolvimento e progresso social”.
 
Em contraponto, disse, o socialismo firma-se como “necessidade histórica e contemporânea. Contudo, a luta por uma nova sociedade se desenvolve em condições complexas, onde se torna necessário atualizarmos e desenvolvermos as categorias do marxismo, colocando luzes sobre novos dilemas que a realidade nos apresenta”.
 
República Popular da China
 
Na sequência, Luciana enfatizou a experiência da República Popular da China, “um grande acontecimento para os povos do mundo”. A presidenta lembrou que o Partido Comunista da China, desde 1º de julho de 1921, “lidera seu povo na fabulosa jornada pela libertação nacional e a construção do socialismo em uma trajetória de heroísmo e conquistas”.
 
Recordando a história do partido, sob a condução de Mao Tsetung, Luciana colocou que “a China saiu de uma sociedade sucumbida e humilhada pela guerra do Ópio, dividida pelas grandes potências imperialistas, para se tornar uma nação próspera, soberana e socialista”.
 
Luciana apontou, ainda, que “consideramos ser de importância fundamental para os trabalhadores em torno do mundo, para os defensores da paz e do progresso da humanidade, que a China continue a tremular em alto a bandeira do socialismo”.
 
Socialismo do Século 21
 
Ao tratar da luta pelo socialismo na atualidade, em especial na América Latina, Luciana Santos destacou que “ao longo deste século, os Partidos Comunistas vêm buscando trilhar seus respectivos caminhos de luta pela emancipação nacional, produzindo um rico caudal de lutas e conquistas sociais. Temos na heroica Revolução Cubana, uma referência política, e expressão maior de que, sim, é possível resistir e construir uma nova sociedade”.
 
Para o Partido Comunista do Brasil, disse Luciana, “a luta pelo socialismo hoje passa pela necessidade de fortalecer os Estados nacionais, sua soberania e dotá-los de um projeto nacional de desenvolvimento, como forma de romper com o neocolonialismo, construindo, assim, uma nação próspera, soberana e com justiça social”.
 
No que diz respeito às relações diplomáticas do Brasil com a China, Luciana destacou que “vêm evoluindo de forma intensa, ganhando o status de parceria estratégica global e de principal parceiro econômico e principal destino das exportações brasileiras. A China hoje é o principal fornecedor de insumos farmacêuticos e da vacina Corovanac, responsável por imunizar 80% da população brasileira até os dias de hoje”.
 
A presidenta do PCdoB colocou que “apesar das forças políticas que, em nosso país ocupam o governo central, e buscam sabotar a amizade entre o Brasil e a China, saibam que ela se fortalece a cada dia, bem como o respeito e a admiração do povo brasileiro pela China socialista”.
 
Sobre o cenário político nacional, Luciana enfatizou que “lutamos hoje para construir uma Frente Ampla que imponha uma derrota ao projeto da extrema direita nas eleições de 2022, abrindo espaço para um projeto de reconstrução nacional”.
 
Ao concluir seu discurso, Luciana declarou: “Estejamos seguros de que as forças que buscam a transformação social conseguirão descortinar novos caminhos para lutas emancipacionistas. O apesar dos ideólogos do capital, o socialismo afirma-se se como alternativa para os povos. O tempo presente e futuro é do socialismo!”.