Leia a íntegra do discurso de Adalberto Ramon Vieyra: A construção coletiva da gestão Aloísio Teixeira

A cerimônia teve início às 18 horas, com exposição do cartunista Diogo Novaes. Em seguida, foi apresentado filme com depoimentos de funcionário da UFRJ da unidade de Macaé, que visitou histórias de Aloísio como reitor e emocionou os convidados. 

Às 19 horas, com a mesa principal já formada, Flávio Martins, Diretor da Faculdade de Direito da UFRJ, fez o primeiro discurso. Em memória do ex-reitor, os palestrantes relembraram as realizações durante sua gestão (2003 – 2011), e enalteceram, sobretudo, seu senso de justiça e luta pela condução democrática da UFRJ. Muito se lamentou a falta que ele faz nos dias atuais, como incansável defensor da universidade. Mas todos concordaram que suas realizações devem inspirar a continuidade da resistência pela Educação e Ciência públicas.

O senador Saturnino Braga enfatizou em seu discurso a defesa de Aloísio pelas causas sociais e democráticas.

 

Representante da Fundação Maurício Grabois, Aldo Arantes destacou a luta do ex-reitor em defesa da democracia e do socialismo: “Hoje, ele certamente estaria ao nosso lado na luta contra o golpe”, falou, em referência ao governo de Michel Temer.

Anfitrião do encontro, o diretor do Direito, Flávio Martins, saudou o papel do homenageado na transformação da unidade: “Particularmente, nós da Nacional devemos muito àquela gestão”, disse. Foi no primeiro mandato de Aloísio na reitoria que a faculdade, então em crise acadêmica e administrativa, sofreu uma intervenção. A medida, em 2004, com apoio dos alunos, iniciou a recuperação do curso.

O professor Adalberto Ramon Vieyra, diretor do Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem da UFRJ, falou sobre a capacidade de articulação política do homenageado. Segundo ele, Aloísio restaurou, em seus mandatos, os princípios da gestão colegiada na instituição. E não parou por aí: “A plenária de decanos e diretores consagrou o princípio de uma gestão mais participativa e plural”, disse. Adalberto observou, ainda, a interiorização da universidade estimulada pelo ex-reitor em direção a Xerém e Macaé. Não por acaso este último campus, no Norte Fluminense, ganhou o nome de Aloísio.

Ao deixar a universidade em 2011, o ex-reitor não só aumentou consideravelmente o corpo docente, como ampliou para 326 o número de programas de especialização. A palestrante Débora Foguel, pró-reitora na gestão de Aloísio, falou sobre os meses de extenuantes debates que antecederam a adesão da UFRJ aos programas de cotas, SISU e Enem. E também relembrou a confiança do ex-reitor nessas negociações.

Em tempos de extremo conservadorismo na política e crise na educação superior, ainda mais agora, consolidada a PEC 241, a gestão de Aloísio Teixeira foi relembrada como um alento para mais os desacreditados no futuro sociopolítico do país. Em todos os discursos na noite de segunda-feira, os palestrantes enfatizaram a capacidade de Aloísio para o debate, diplomacia, uma personalidade indutora.

 

Ao fim da cerimônia, Beatriz Azeredo, ex-mulher de Aloísio, Lino Teixeira, seu filho, e seus dois irmãos, Maria Lúcia Teixeira e Raul Teixeira, receberam da mesa flores e homenagens em forma de placa. Desta forma, que se mantenha viva a memória do espírito de luta do ex-reitor. Em tempos que se apresentam complicados, Aloísio Teixeira, presente!

João Francisco Vianna é filho de João Pedro Teixeira e sobrinho-neto de Aloísio Teixeira.