São Paulo – Parte do dia de lutas e greves, o ato na Avenida Paulista nesta sexta-feira (30), região central da capital paulista, começou pontualmente às 16h. Do carro de som, músicas do cancioneiro popular brasileiro esquentaram os presentes, que foram aumentando em número, até que em menos de uma hora a avenida foi totalmente ocupada nos dois sentidos, em frente ao Masp. O ato político, com falas de lideranças, durou das 17h30 até as 19h, quando a manifestação seguiu em passeata.

Entre os presentes, muitos servidores públicos, ativistas e pessoas não necessariamente organizadas. O ato foi convocado pelas frentes Povo sem Medo e Brasil Popular. Conforme o sol caia no horizonte da avenida, foi anunciado o trajeto do ato, que deve seguir até a sede da prefeitura, onde os presentes, que rechaçam as reformas trabalhista e da Previdência, bem como pedem a queda do presidente Michel Temer (PMDB), devem engrossar o discurso contra a política privatista adotada pelo prefeito João Doria (PSDB). Os presentes também denunciaram que Doria fechou os banheiros públicos nas redondezas para dificultar o ato.

A primeira organização social a usar a palavra no carro de som foi a União Estadual dos Estudantes de São Paulo, com a presidenta Flávia Stefanny. “Essa avenida é palco das maiores lutas pelo estado democrático de direito. Hoje, representamos a resistência e a esperança. As frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, essa unidade, vai trazer de volta a força do povo brasileiro.” Flávia aproveitou para dar início ao congresso da UEE, que segue durante os próximos dias na cidade de Paulínia, no interior.

 

O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, discursou para mais de 40 mil pessoas que ocupam a região e encerram a jornada de greves, paralisações e atos na capital paulistana. O dirigente reafirmou a importância da unidade de luta do movimento sindical e da classe trabalhadora. Destacou também a autoridade moral e política da oposição diante das arbitrariedades do atual governo. “Eles disseram que era preciso tirar a presidenta Dilma e fizeram isto sob o manto de que iriam retomar o crescimento econômico. O Brasil caminha para acumular mais de R$ 180 milhões de déficit!”

Para Adilson, o movimento sindical tem de adotar a radicalização consequente. “Nós já fizemos todo tipo de luta.Fizemos marcha, greve geral, ocupe Brasília. Agora, diante do caos, precisamos botar a perna na porta do Congresso Nacional — até barrar as reformas de Temer”. 

 

Também deputado federal, Orlando Silva (PCdoB) saudou o dia nacional de lutas. “É mais um dia da luta em defesa dos trabalhadores. O povo se levantou para dizer não às reformas. Hoje, o Congresso tem a obrigação de abrir um processo para tirar Temer do poder. Queremos essa votação em um domingo, em rede de televisão, para o povo ver quem está do lado dele. Temos que fazer eleições diretas. A crise do Brasil nunca vai ser superada sem um governo legítimo.”

 

Repressão e violência

A repressão policial foi destaque nesta sexta-feira (30), dia nacional de greves e paralisações contra a reforma trabalhista e da Previdência propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB). Em várias cidades do país houve repressão, uso de balas de borracha, bombas de efeito moral, spray de pimenta e detenções.

À tarde, na Avenida Paulista, nove pessoas foram detidas e levadas para o 78º DP. Houve pancadaria. Pela manhã, quando o comitê contra as reformas da M´Boi Mirim fazia ato no Largo do Jardim Angela, zona sul da capital, um assistente social foi detido e levado para o 100º DP.

Em São José dos Campos (SP), mais de 20 ativistas que participaram da mobilização pela manhã foram detidos e levados para o 1º Distrito Policial. Pouco tempo depois, em um ato diante da Embraer, policiais agiram com truculência, usando gás de pimenta e cassetetes. Um ativista foi detido. 

Em Fortaleza, policiais usaram balas de borracha e spray de pimenta. Dois militantes da União da Juventude Socialista (UJS) foram detidos. Há relato de que um jovem negro, com spray na mão enquanto pichava “Fora Temer”, foi agredido, imobilizado e algemado, tendo spray de pimenta lançado em seu rosto. Quando outros manifestantes foram tentar libertá-lo das agressões, a polícia sacou armas para intimidá-los.

No Rio de Janeiro, logo pela manhã, ato na Linha Vermelha foi reprimido pela Polícia Militar. Um estudante ficou ferido e teve que sair carregado do local. Mesmo deixando o bloqueio e seguindo em direção à universidade, a polícia continuou atirando com balas de borracha.

A gerência de operações da empresa Barcas S.A., do Grupo CCR, que presta o serviço de travessia entre o Rio e Niterói, reforçou a segurança privada e contou com a presença de policiais com escudos, cassetetes e armaduras. Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), a integração entre empresas privadas e forças de segurança para repressão dos trabalhadores tem aumentado com a escalada da luta política desde o ano passado.

Apesar das manifestações serem pacíficas, a Brigada Militar atuou com violência contra as pessoas que participavam dos atos, utilizando gás lacrimogêneo, balas de borracha e bombas de efeito moral.

Dois dirigentes da CTB e dois da CSP-Conlutas foram presos, agredidos e levados à delegacia. No final da manhã, três foram soltos, permanecendo apenas um representante da CSP sob custódia da polícia. O companheiro professor Altemir foi conduzido ao Presídio Central sob a acusação de portar rojão. Contra essa atitude da BM, as centrais emitiram uma nota, que segue abaixo. Isso porque “pessoas inocentes estão sendo punidas e pessoas com indícios de envolvimento com o tráfico de drogas estão soltas, numa inversão total de valores de boa parte do Judiciário, comprometida com o golpe de Estado que acabou com a nossa democracia”, acentua. Mas “estamos nas ruas para barrar as reformas que acabam com os direitos da classe trabalhadora”, complementa. “Não à escravidão moderna”.

Santa Catarina foi palco de forte repressão. Na BR 101, perto do acesso para Navegantes, foram presos dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A polícia usou balas de borracha e bombas de efeito moral. Em Porto Velho (RO), um dirigente do Sindicato dos Bancários foi preso em ação da Polícia Militar, chamada pela gerência do banco Itaú em uma operação fura-greve.

Em Porto Alegre, durante piquete na Carris, zona leste, dezenas de pessoas que apoiavam a mobilização dos trabalhadores foram detidas pela Brigada Militar. Apesar das manifestações serem pacíficas, a Brigada Militar atuou com violência contra as pessoas que participavam dos atos, utilizando gás lacrimogêneo, balas de borracha e bombas de efeito moral.

Dois dirigentes da CTB e dois da CSP-Conlutas foram presos, agredidos e levados à delegacia. No final da manhã, três foram soltos, permanecendo apenas um representante da CSP sob custódia da polícia. O companheiro professor Altemir foi conduzido ao Presídio Central sob a acusação de portar rojão. Contra essa atitude da BM, as centrais emitiram uma nota, que segue abaixo.O ex-vice presidente do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (CPERS) Altemir Cozer foi detido pela manhã e enquadrado na lei antiterrorismo.

Após serem expulsos da Carris, dirigentes da CTB realizaram ato em frente a rodoviário de Porto Alegre, seguindo para concentração e ato no Largo Glênio Peres. Ainda contra a atuação da Brigada e a prisão do dirigente Altemir, os manifestantes seguiram em caminhada até o Palácio Piratini pedir que o professor fosse solto. Mais de 2 mil pessoas se reuniram na praça da Matriz para criticar a ação da polícia militar e protestar contra as reformas trabalhista e da previdência.

Houve repressão em toda a cidade, com desmonte de piquetes pela Brigada Militar e uso de bombas de gás lacrimogêneo sobre estudantes e trabalhadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) nos campus do Vale e Central.

Recado dado em todo o país

Em Salvador, Belém, Recife, Goiânia e Brasília, os ônibus não saíram das garagens e as cidades ficaram desertas até o meio da manhã. Portuários de Rio Grande (RS), Angra dos Reis (RJ), Rio de Janeiro capital, São Luís, no Maranhão, também aderiram ao movimento.

Foram registrados atos no DF e nos seguintes estados: Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins. 

Veja um painel parcial de como ocorreram as manifestações em todo o país:

Acre

Trabalhadores protestaram no Palácio Rio Branco e caminharam até o terminal urbano de ônibus.  

Alagoas

Por volta das 6h, manifestantes fecharam os dois sentidos da Avenida Fernandes Lima, em Maceió. Também houve bloqueio na Avenida Assis Chateaubriand, no Pontal da Barra.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a BR-101 em Rio Largo, no km 75, foi bloqueada às 5h40 e liberada às 7h40.

Rodoviários paralisam as atividades entre as 8h e 12h. Servidores da Eletrobras e da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) também aderiram à paralisação.

Amapá

Trabalhadores fazem ato contra reformas no Centro de Macapá desde as 8h (foto abaixo). 

Nas primeiras horas da manhã, macapaenses ficaram sem ônibus. Os coletivos fizeram uma paralisação de duas horas, de 6h às 8h. Um grupo fechou a Rodovia Duca Serra.

Categorias decidiram entrar em greve. Entre elas, estão a dos bancários, dos servidores públicos em educação, dos servidores públicos federais civis e dos serventuários da Justiça.

Amazonas

Manifestantes fizeram uma passeata no Centro de Manaus entre as 9h30 e 11h30. O grupo percorreu as avenidas Ferreira Pena, Leonardo Malcher, Epaminondas e 7 de Setembro. O trânsito ficou parcialmente bloqueado nessas vias.  

 

  

Bahia

Rodoviários pararam os ônibus em fila na Avenida ACM (região do Iguatemi), no sentido Paralela, em Salvador, por volta das 6h30. Um grupo de manifestantes fechou todas as vias da região. Em outros locais da cidade, os ônibus circulam normalmente. O ato foi organizado por centrais sindicais e movimentos sociais.

A estação de trens do Subúrbio de Salvador não abriu nesta sexta-feira e não há circulação dos veículos ferroviários. Na região metropolitana, manifestantes bloquearam o cruzamento da região de Mataripe, em Madre de Deus, por volta das 5h.

Manifestantes param o trânsito na região do Iguatemi, em Salvador

Ceará

Protestos fecharam vias de Fortaleza nesta manhã. Houve congestionamentos nas Avenidas 13 de Maio, da Universidade, Visconde do Rio Branco, Imperador e Domingos Olímpio em Fortaleza. Servidores do Sindicato de Trabalhadores Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro) pararam cerca de 15 ônibus e esvaziaram os pneus dos coletivos.

Bancários aderiram à paralisação. A concentração dos grevistas acontece a partir das 9h, na Praça da Bandeira, no Centro de Fortaleza.

Distrito Federal

O Distrito Federal amanheceu com estações do metrô fechadas. Os ônibus de todas as empresas também permaneceram nas garagens.

Nas rodovias do DF, as faixas exclusivas foram liberadas mesmo em horário de pico.

Bancários, professores e servidores da Universidade de Brasília aderiram à paralisação.

Servidores da Eletronorte entraram em greve 

Espírito Santo

Manifestantes bloquearam uma via em frente à Rodoviária de Vitória, e houve confronto com a Polícia Militar, que usou bombas de efeito moral. O grupo seguiu em passeata pela cidade, até a região do aeroporto.

Ônibus circulam normalmente na Grande Vitória. No campus Goiabeiras da Ufes, estudantes, docentes e técnicos-administrativos bloqueiam as entradas de carros.  

Goiás 

Houve paralisação do transporte público em Goiânia. Manifestantes bloquearam a saída de ônibus de uma garagem durante a madrugada e o início da manhã. Devido aos protestos previstos para o Centro da capital goiana, algumas rotas foram alteradas, e nenhuma linha está atendendo a região.

Maranhão

Grupos bloquearam os quatro portões de acesso ao Porto do Itaqui, em São Luís, e que é um dos principais entrepostos comerciais do Maranhão. Nem a Polícia Militar, nem a organização do protesto divulgaram o número de manifestantes.

Categorias como as dos bancários, professores da rede pública estadual, vigilantes, petroleiros, motoristas e cobradores de ônibus, metalúrgicos,disseram que cruzam braços nesta sexta.

Mato Grosso

Manifestantes ligados ao MST fazem bloqueios em dois trechos da BR-364, nas cidades de Jaciara e Jangada. Também foram registradas vias fechadas em Tangará da Serra e Barra do Garças. Nesta última cidade, há uma passeata pela Avenida Ministro João Alberto. De acordo com a organização, houve 800 participantes; a PM fala em 200 pessoas.

Professores e servidores das redes estadual e municipal aderiram à paralisação. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), a paralisação atinge 80% da rede estadual e 85% da rede municipal.

Mato Grosso do Sul

Um grupo com cerca de 5 mil pessoas protestou no Centro de Campo Grande. 
Dois trechos da BR-262 e um da BR-158, em Três Lagoas, amanheceram fechados. Todos já foram liberados. Segundo a PRF, no km 5 da BR-262 e no 271 da BR-158, cerca de 90 pessoas participaram dos atos.

Professores aderiram à paralisação em Campo Grande, Corumbá, Ladário e Dourados.

Minas Gerais

Protestos interrompem funcionamento do metrô e bloqueiam avenidas na Grande Belo Horizonte. O sindicato dos metroviários informou que o metrô fica parado da 0h às 11h59. Os ônibus estão funcionando normalmente.

Manifestantes colocaram fogo em pneus na Avenida Cristiano Machado, no bairro Palmares, na Região Nordeste de Belo Horizonte. O protesto foi no sentido Centro. A via foi liberada às 8h. A Avenida Padre Pedro Pinto, em frente à Estação Venda Nova, chegou a ser interditada, mas foi liberada às 7h30.

Em Contagem, na Grande BH, manifestantes bloquearam a Avenida Cardeal Eugênio Pacelli, no bairro Cidade Industrial. Na mesma cidade, outro grupo de manifestantes causava congestionamento no tráfego na Rodovia Fernão Dias, no sentido BH. 

Protestos interrompem funcionamento do metrô e bloqueiam avenida na Grande BH

Pará

Os rodoviários do estado aderiram à greve e fizeram protestos desde a madrugada na região metropolitana de Belém.  

Paraíba 

Protestos contra o presidente Michel Temer fecharam ruas, rodovias e o Terminal de Integração nas primeiras horas desta sexta-feira em João Pessoa. Após liberar o terminal de ônibus do Varadouro, os manifestantes ocuparam o entorno do Parque da Lagoa, no Centro, e inteditaram o trânsito no local. Segundo organização do protesto, cerca de 300 pessoas participam da manifestação. A PM não divulgou estimativa.

A rodovia BR-101, no trecho no km 123, próximo a João Pessoa, foi interditada às 8h, segundo Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Em Campina Grande, manifestantes interromperam a saída dos ônibus da garagem da maior empresa de transporte coletivo da cidade. O Terminal de Integração, contudo, estava funcionando normalmente até as 7h desta sexta-feira.

Manifestantes contra presidente Michel Temer e reformas ocuparam ruas de João Pessoa (Foto: Walter Paparazzo/G1)

Paraná

Sindicalistas fizeram protestos em algumas cidades do interior do Paraná. Metalúrgicos protestaram durante a manhã por cerca de duas horas. Funcionários da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) também se manifestaram em frente à empresa e seguiram em direção à BR-476. O trecho está totalmente interditado, nos dois sentidos, desde as 8h40. Na capital, os ônibus do transporte coletivo funcionam normalmente desde o início da manhã.

Em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná, os ônibus do transporte coletivo foram impedidos de sair das garagens no início da manhã. Às 7h, os veículos começaram a sair das garagens.

Em Londrina, na região norte, os acessos ao Terminal Central foram bloqueados por volta das 6h, e os ônibus estão sendo liberados aos poucos.

Trabalhadores da Repar interditaram a BR-476, em Araucária (Foto: Divulgação/Sindicato dos Metalúrgicos )

Pernambuco

Rodovias federais foram interditadas no estado durante a manhã. Na região metropolitana do Recife, as BRs 101 Norte e Sul foram afetadas por manifestações, assim como a BR-232, em Bonança, a BR-428, em Paudalho, e a BR-428, em Petrolina.

Na área central da capital, houve bloqueios em avenidas. O Metrô funciona em esquema especial – fica parado entre as 9h e as 16h. 

No Agreste pernambucano, manifestantes do MST fecharam um trecho da BR-232 em São Caetano. 

Manifestantes bloquearam os dois lados da BR-232 em São Caetano (Foto: Anderson Melo / TV Asa Branca )

Piauí

Em Teresina, motoristas e cobradores paralisaram atividades às 6h e bloquearam as principais vias no Centro da cidade. Durante o movimento, apenas 30% da frota será mantida, e a maioria dos veículos só volta a circular por volta das 12h.

Motoristas e cobradores paralisaram as atividades duranteprotesto em Teresina (Foto: Felipe Pereira/G1 PI)

Rio de Janeiro

Protestos em vias importantes dificultavam a circulação no Rio de Janeiro nesta manhã. A cidade entrou em estágio de atenção por causa dos protestos e do trânsito acima do previsto.

Manifestantes fecharam a Linha Vermelha, a saída para a Avenida Brasil da Ponte Rio-Niterói, a própria Avenida Brasil e o acesso ao aeroporto do Galeão. Houve uma manifestação no saguão do aeroporto Santos Dumont.

No interior do estado, um protesto fechou a BR-356 em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Cerca de 60 pessoas participaram do ato.

Avenida Brasil congestionada devido a manifestação no Rio (Foto: Reprodução/Globo)

Rio Grande do Norte

Natal amanheceu sem ônibus nesta sexta. Apesar de o Tribunal Regional do Trabalho do RN ter determinado que pelo menos 70% da frota fossem colocados em circulação, os veículos não deixaram as garagens. Foram registrados bloqueios em cinco municípios: Natal, Ceará-Mirim, Maxaranguape, João Câmara e Mossoró.

Professores de escolas municipais de Natal, bancários, policiais civis e trabalhadores da saúde aderiram à paralisação. 

Ônibus não deixaram as garagens na manhã desta sexta em Natal (Foto: Ricardo Paulo )

Rio Grande do Sul

Garagens de ônibus de diversas cidades dos estados amanheceram em greve. Por volta das 6h45, a saída das garagens de todas as linhas de Porto Alegre foram liberadas, conforme a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Sete ônibus foram apedrejados pela manhã.

Também há interrupção no trânsito de ruas e avenidas de Porto Alegre. O serviço de trens entre Porto Alegre e Novo Hamburgo foi interrompido na madrugada, mas retomado por volta das 6h30, com passe livre.

Professores de escolas estaduais e municipais, bancários e parte dos serviçores da Justiça aderiram à paralisação.

Rondônia

Mais de 30 categorias paralisaram as atividades em Rondônia, segundo os sindicatos, entre elas os professores, os bancários e os correios. 
Em Porto Velho, o movimento se reuniu na Praça das Três Caixas d’Água e saiu em passeata por volta das 10h. Os manifestantes devem percorrer as Avenidas Carlos Gomes, Farquar, Sete de Setembro, Marechal Deodoro e por fim retornar a Carlos Gomes. Segundo a organização, há cerca de 2 mil participantes. 

Roraima

Manifestantes bloqueiam duas avenidas de Boa Vista – Av. Brigadeiro Eduardo Gomes e Av. Venezuela, trecho urbano da BR-174. As vias foram fechadas às 6h. De acordo com a o presidente da Central Sindical e Popular Conlutas de Roraima, Kardec Jackson, 50 pessoas participavam do ato até as 8h. A Polícia Militar não acompanha o protesto.

Professores da capital, bancários, trabalhadores da saúde e servidores municipais aderiram à paralisação.

Manifestantes bloqueiam Avenida Venezuela, em Boa Vista 

Santa Catarina

Pelo menos três rodovias registram bloqueios no início da manhã no estado. Na Grande Florianópolis, os ônibus pararam de circular às 8h e só devem voltar às 11h. À tarde também está prevista outra paralisação de duas horas.

Na BR-282, houve confronto entre a polícia e manifestantes. Bombas de efeito moral foram jogadas para tentar liberar o trânsito. Duas pessoas ficaram feridas, segundo os participantes. Após ação da PM, por volta de 6h50, o grupo se dispersou, e a rodovia foi liberada. Os manifestantes afirmam que o ato teve aproximadamente 200 manifestantes. 

Em Navegantes, a BR-470 foi totalmente bloqueada no km 08 por uma hora e meia, desde as 5h30. Cerca de 200 pessoas estavam na rodovia, segundo a PRF, e aproximadamente 400, segundo os manifestantes. Por volta das 7h, outro grupo bloqueou o km 110 no sentido Norte da BR-101. A PRF disse que a rodovia foi liberada às 8h.

Em Chapecó, os ônibus das primeiras horas da manhã não foram até o terminal urbano. Em Araranguá, no Sul, trabalhadores fazem uma caminhada pelas ruas da cidade com cerca de 1 mil pessoas, de acordo com organizadores. A PM não fez estimativa.

São Paulo

Manifestantes interditaram vias e rodovias da região desde cedo – Anchieta e Régis Bittencourt foram afetadas. Acessos aos aeroportos de Congonhas, na Zona Sul, e de Cumbica, em Guarulhos, foram bloqueados, e manifestantes chegaram a entrar no saguão de Congonhas.

 

Unidade da Sabesp, em Guarapiranga, paralisou as atividades desde às 5h, com apoio da CTB nacional e estadual.

No Centro da capital paulista, houve bloqueio na Avenida São João e a Polícia Militar jogou bombas de gás contra os manifestantes. 

Manifestantes protestam no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. Centrais sindicais e movimentos sociais convocaram para hoje, 30, uma nova greve geral em protesto contra as reformas da Previdência e trabalhista, propostas pelo governo Temer (Foto: Nelson Antoine/Estadão Conteúdo)

Interior de SP

Na Baixada Santista, sindicalistas e trabalhadores fizeram protestos e bloquearam vias de Santos e São Vicente. Além da paralisação das centrais sindicais, trabalhadores do Porto de Santos iniciaram uma greve de 48 horas nesta sexta.

Em Piracicaba, sindicalistas protestaram no Terminal Central da cidade e discursaram, com críticas ao governo e às reformas que tramitam no Congresso 

Na região de Campinas, houve bloqueio de vias e a Rodovia Santos Dumont (SP-075) foi interditada. Petroleiros da Replan, em Paulínia, iniciaram uma greve por tempo indeterminado nesta manhã.

Centrais sindicais também fecharam uma avenida e uma rodovia em Jundiaí. Em Sorocaba, transportes urbano, intermunicipal, rodoviário e de fretamento estavam 100% parados.

Em Itapetininga, serviços de transporte urbano, intermunicipal, rodoviário, de fretamento e de cargas também pararam, afetando cidades da região.

Em Limeira, a paralisação do transporte público afetava cerca de 50% da frota.

No Vale do Paraíba, manifestantes bloquearam a Rodovia Presidente Dutra e a entrada de fábricas na região de Pindamonhangaba. 

Sergipe

Três trechos da BR-101 foram fechados, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Em Aracaju, ônibus não circulam desdes as primeiras horas do dia. Houve atos na ponte do Conjunto João Alves Filho, município de Nossa Senhora do Socorro, que faz divisa com a capital e na Rodovia Marechal Rondon, em frente à garagem de uma empresa de ônibus, no município de São Cristóvão (SE).

Bancários, professores, trabalhadores da saúde e servidores da Justiça aderiram à paralisação.

Tocantins

Manifestantes na avenida Juscelino Kubitschek, em Palmas. Mais de 1 mil pessoas participam do ato. A concentração começou por volta das 8h, em frente ao Colégio São Francisco, na quadra 110 Norte. A intenção é encerrar o protesto em frente ao Palácio Araguaia, na praça dos Girassóis.