O professor iniciou sua formação em Campinas, na PUC. Após transferência, concluiu os estudos na USP da capital. Antes de ir para Araraquara, lecionou ainda em Rio Pardo. Durante o governo militar, foi preso por seu envolvimento com o PCB (Partido Comunista Brasileiro). Até o fim da vida, iria se manter ateu e comunista, como conta o filho Sérgio. Mas não continuou ligado a partidos políticos.

Professor titular de História da Unesp, foi autor de livros de análise sobre a história da política brasileira do século 20, como “O Brasil de 1945 ao Golpe Militar”, “A Proclamação da República” e “O Partido Republicano Paulista: Política e Poder”. Também foi presidente da Adunesp, a associação dos docentes da universidade.

Sua última atividade, como conta a família, foi em São Paulo, como diretor do Arquivo do Estado, nos anos 90. Decidiu doar sua biblioteca, volumosa, à Escola de Sociologia e Política da capital.

É descrito como uma exímio contador de histórias e um gozador. Dedicava-se a preservar as amizades, mesmo as da infância, diz o filho. Gostava de literatura (Guimarães Rosa era seu favorito) e de música (passava o dia ouvindo Cartola e Noel Rosa).

No fim da vida, quis retornar a Araraquara, onde morreu de câncer no domingo (19), um dia após completar 45 anos de casamento. Teve quatro filhos e dois netos. Seu corpo foi velado na Unesp e enterrado na manhã de segunda-feira no Cemitério do São Bento. José Ênio Casalecchi tinha 73 anos.

Com agências