Entre 29 de novembro e 7 de dezembro, a Capital paulista contará com uma série de iniciativas, como parte do I Fórum e Semana de Solidariedade ao Povo Palestino. Realizada pela Frente em Defesa do Povo Palestino e Comitê pelo Estado da Palestina Já, que reúnem dezenas de organizações da sociedade civil brasileira, a atividade conta com o apoio do ICArabe (Instituto da Cultura Árabe) e da Prefeitura Municipal de São Paulo. Inclui exibição de filme, poesia, música e debates sobre diversos temas, dos direitos humanos, luta da mulher árabe à forma como a mídia retrata a questão palestina (confira programação completa abaixo).
À abertura, será lançada campanha humanitária em solidariedade a Gaza, Palestina ocupada – iniciativa urgente, diante da mais nova onda de ataques por Israel à estreita faixa, por 51 dias, que culminou com cerca de 2.200 mortos palestinos, além de 11 mil feridos e milhares de deslocados internamente. Além dessa ofensiva, as graves violações cotidianas cometidas por Israel, em especial neste momento em Jerusalém Oriental, exigem o fortalecimento da solidariedade internacional, com campanhas unificadas nesse sentido, entre elas a por BDS (boicotes, desinvestimento e sanções) a Israel. Temas que devem estar em pauta durante este evento.
A humilhação e ocupação diárias a que estão submetidos os palestinos teve início há mais de 66 anos e resultou na criação do Estado de Israel, em 15 de maio de 1948. Naquele momento, foram expulsos cerca de 800 mil palestinos de suas terras e aproximadamente 500 aldeias foram destruídas. A consequência é a fragmentação da sociedade e a criação do problema dos refugiados – hoje, em torno de 5 milhões em campos na região, afora milhares em outras partes do mundo. Por essa razão, os árabes chamam a criação de Israel de nakba (catástrofe).
O caminho para tanto foi sedimentado a partir de 29 de novembro de 1947, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida pelo diplomata brasileiro Oswaldo Aranha, recomendou a partilha da Palestina em dois estados, um judeu e um árabe, sem consulta aos habitantes locais. O plano de partilha da ONU criou o cenário da guerra de 1948, durante a qual Israel foi unilateralmente estabelecido como um Estado judeu mediante a limpeza étnica de mais de três quartos do povo palestino, confiscando suas terras e impedindo o seu retorno.
Em 1974, a mesma ONU afirmou que os palestinos, na qualidade de nação, possuem uma série de direitos inalienáveis: à autodeterminação sem interferência externa; à independência nacional e soberania; e a retornarem a seus lares e propriedades dos quais foram deslocados e desenraizados. Em 1977, a ONU declarou o dia 29 de novembro como o Dia de Solidariedade ao Povo Palestino. A abertura do I Fórum e Semana de Solidariedade ao Povo Palestino nesta data simbólica reitera a exigência de fim da ocupação, do apartheid e colonização de terras por Israel, por uma Palestina livre, laica, democrática, sem racismo.

I SEMANA E FÓRUM DE SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO

Organização: Frente em Defesa do Povo Palestino e Comitê pelo Estado da Palestina Já – CEP.

Apoio: Prefeitura Municipal de São Paulo, Instituto da Cultura Árabe (ICArabe)

29/11 – Sábado
Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino
Local: Galeria Olido, 19h (Av. São João, 473, Centro)
Lançamento de campanha humanitária a Gaza
Saudação do Embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Al Zebem
Exibição do filme Diários (acervo ICArabe) seguida de debate

Sobre o documentário:
Título original: Diaries
Palestina & Noruega | 2010 | 53 min.
Gênero: Documentário
Direção: May Odeh
Idioma: Árabe com legendas em português

Sinopse:
Entre 2008 e 2009, logo depois de um devastador ataque, três mulheres mostram como enfrentam a dupla ameaça de viver em Gaza, tendo, de um lado, a ocupação israelense; de outro, as autoridades religiosas que controlam a cidade. O documentário mostra o cotidiano dessas mulheres com seus medos, memórias, esperanças e ideias para uma vida melhor. Inédito no Brasil.
Sobre a diretora
Nascida em Birzeit, Palestina, May Odeh estudou comunicação em sua cidade e depois cinema na Lillehammer University College na Noruega. Trabalhou como correspondente para vários canais de televisão árabes e fez dois curtas antes de “Diários”.

1º/12 – Segunda-feira
Debate: Direitos humanos e direito internacional sobre a questão palestina

Local: Auditório da Secretaria Municipal de Direitos Humanos (Rua Líbero Badaró, 119, Centro)
Horário: 19h30

2/12 – Terça-feira
Aula pública: Breve história da Palestina: dos massacres à resistência

Local: Escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, 18h – Praça Ramos de Azevedo

3/12 – Quarta-feira
Debate: Mulheres árabes e a luta contra o imperialismo ontem e hoje
Local: Biblioteca Mário de Andrade, das 19h30 às 21h – Rua da Consolação esquina com a Avenida São Luís

4/12 – Quinta-feira
Recital de música e poesia.
Local: Teatro Heleny Guariba – Praça Roosevelt, 184, Centro – SP.

5/12 – Sexta-feira
A questão palestina na mídia
Local: Biblioteca Monteiro Lobato, das 19h30 às 21h30 – Rua General Jardim, 485, Vila Buarque – SP.

6/12 – Sábado
Debate: Caminhos para a libertação da Palestina na visão dos partidos políticos
Local:  Biblioteca Monteiro Lobato, das 14h às 17h – Rua General Jardim, 485, Vila Buarque – SP.

7/12 – Domingo
10h – A resistência internacional da juventude
12h – O movimento sindical e a solidariedade internacional
Local: Biblioteca Monteiro Lobato, das 10h às 14h – Rua General Jardim, 485, Vila Buarque – SP.

17h – Encerramento – Apresentação de hip hop (Local: Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, Rua Inácio Monteiro, 6.900)

Mais informações:
[email protected]