Durante os intercâmbios de informações e pontos de vista, os dirigentes do PCdoB tomaram conhecimento sobre o processo de atualização do modelo econômico do socialismo em Cuba, iniciado a partir da aprovação das diretrizes e resoluções do 6º Congresso do Partido Comunista Cubano, em 2011. Agora, os comunistas cubanos anunciaram a realização do sétimo congresso, em 16 de abril de 2016, que fará a conceituação teórica do modelo econômico socialista com as peculiaridades cubanas e do século 21. O congresso está chamado também a elaborar a estratégia de desenvolvimento do pais a longo prazo, até 2030 e renovar a direção partidária.

A atualização que vem sendo feita, asseguram os dirigentes cubanos, parte de três fundamentos: o predomínio da propriedade estatal sobre os meios fundamentais de produção; o exercício do papel principal na economia pela empresa estatal socialista e o uso da planificação econômica como principal ferramenta da direção da economia.

A partir dessas definições o partido e o governo estimulam os investimentos externos, o trabalho por conta própria, a economia camponesa e o cooperativismo rural e nas atividades econômicas urbanas.

A atualização do modelo econômico socialista acontece num quadro em que prossegue o bloqueio econômico estadunidense e aparecem fenômenos demográficos complexos, como o envelhecimento da população.

Os dirigentes do PCdoB receberam uma informação circunstanciada sobre o processo de reatamento das relações de Cuba com os Estados Unidos, que abre uma nova etapa nas relações conflitivas entre os dois países. O partido e o governo cubanos avaliam como positivos os passos que foram dados até o momento desde que em 17 de dezembro do ano passado os presidentes Barack Obama e Raúl Castro anunciaram sua disposição para o reatamento de relações que se concretiza nesta segunda-feira (20) com a abertura das embaixadas.

Contudo, para que ocorra uma verdadeira normalização nas relações entre os dois países, os cubanos assinalam que é necessário o fim do bloqueio, o fim da base militar de Guantánamo e a devolução do seu território a Cuba, a suspensão das transmissões de rádio e TV com propaganda anticubana, o fim do estímulo às ações de subversão contra Cuba e compensações dos danos acarretados pelo bloqueio.

Na avaliação de especialistas do Centro de estudos sobre os Estados Unidos na universidade de Havana, que receberam a delegação do PCdoB, o imperialismo não muda sua essência nem desiste das suas pretensões de dominar Cuba. A luta do povo cubano se mantém e se desenvolve num contexto novo, em que passa para o primeiro plano, além do esforço na frente econômica, para construir um pais socialista próspero e sustentável, a luta nas esferas ideológica e cultural, educacional e da preparação da juventude.

Nesta segunda-feira a delegação visita o município de Artemisa, pioneiro na implementação das mudanças econômicas, e na terça (21) será recebida na sede do Comitê Central do PCC pelo Comandante Jose Ramon Balaguer, membro do Secretariado e chefe do Departamento Internacional.