O ministro de Assuntos Internacionais da Agricultura, Floresta e Pesca do Japão, Hiromich Matsushima; a ministra da Agricultura, Kátia Abreu; e os governadores Wellington Dias (Piauí), Marcelo Miranda (Tocantins) e Flávio Dino (Maranhão) e do vice-governador da Bahia, João Leão, assinaram, na segunda-feira, em Palmas (TO), o Memorando de Cooperação entre o Governo do Japão e o Governo da República Federativa do Brasil no campo da agricultura e alimentação, e anunciaram a criação da Frente Estadual dos Deputados da Região do Matopiba e da Frente Municipalista dos Prefeitos da Região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Em seu discurso, o ministro de Assuntos Internacionais da Agricultura, Floresta e Pesca do Japão, Hiromich Matsushima, disse que o Matopiba tornou o Brasil no terceiro maior país exportador de produtos agrícolas e tem um papel importantíssimo na segurança alimentar no mundo.

O Governo do Japão vai investir no Matopiba R$ 2,4 bilhões para o desenvolvimento do agronegócio nos Cerrados compreendendo o Piauí, Maranhão, Tocantins e Bahia.

O acordo foi assinado na segunda-feira, em Palmas, durante o Seminário Diálogo Brasil-Japão, Intercâmbio Econômico e Comercial em Agricultura e Alimentos para os Estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

O documento se baseia em estudos e projetos que viabilizam investimentos japoneses na região agrícola do Matopiba, formada pelos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, e que vem expandindo fortemente a produção de grãos (soja, milho, algodão, arroz e outros) nos últimos anos.

Segundo a ministra Kátia Abreu, o objetivo do seminário foi apresentar a empresas japonesas as oportunidades oferecidas pelo agronegócio brasileiro, com destaque para o Matopiba.

A ministra Kátia Abreu destacou que a importância da realização do Diálogo Brasil-Japão, pois marca um momento histórico na relação entre as duas nações e inaugura novos tempos, sendo a agricultura o eixo central desse relacionamento.

“As transformações ocorridas no Cerrado, a partir das políticas de modernização da agricultura implantadas na década de 70, possibilitaram uma nova configuração econômica na região, na expansão agrícola e na ocupação do Cerrado e fez com que esse território assumisse importância estratégica para o desenvolvimento de uma agricultura moderna com altos índices de produtividade”, ressalta Kátia Abreu.

Wellington Dias apresentou aos empresários do Japão e às agências de desenvolvimento japonesas o potencial e produção de energia eólica e solar e de exploração das reservas minerais.

O governador Wellington Dias começou destacando o potencial mineral e energético do estado, sobretudo o eólico. “Saímos de zero para o quarto maior produtor de energia eólica do Brasil com potencial de expansão gigante. O vento é constante e forte. Durante o dia, o que não falta no Piauí é sol, portanto, energia solar. Estamos implantando agora o maior parque de energia solar no Brasil. Grandes investimentos casados com energia eólica”, falou Wellington Dias, acrescentando que o Piauí deve alcançar, até 2018, cerca de 6 gigas de energia eólica e aproximadamente 2 gigas de energia solar.

Wellington Dias destacou que o Piauí é um estado com potencial em diversas áreas: animal e vegetal, produção de mel e turístico, com ênfase na Rota das Emoções, na região integrada do Piauí, Maranhão e Ceará e outra em fase de organização com os estados da Bahia, Tocantins e Maranhão. Com relação aos Cerrados, o governador do Piauí ressaltou que na área do Matopiba, o estado possui aproximadamente 4 milhões de hectares disponíveis para a produção, respeitando todos os cuidados e regras ambientais.

“Temos primado, inclusive, acima da regra brasileira, com uma exigência de reserva mínima de 30% naquela região”, falou Dias.

Brasil e Japão assinam acordo de cooperação, nesta segunda-feira (29), em Palmas (TO), para agricultura e alimentação que vai permitir investimentos dos japoneses na região do Matopiba. Esta nova fronteira agrícola é formada por partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e se destaca pela produção de soja, milho e algodão.

O embaixador japonês no Brasil, Kunio Umeda, informou que além do diálogo empresarial, houve uma reunião bilateral sobre assuntos sanitários e fitossanitários.
Os empresários e as autoridades japonesas visitaram o Projeto São João e Indústria Granol (Porto Nacional), ao projeto do Porto da Hidrovia do Tocantins e ao Terminal de Cargas da Ferrovia Norte-Sul.

Dentre os empresários japoneses presentes no Seminário Diálogo Brasil-Japão, estavam os presidentes da Câmara de Comércio e Indústria Japonesa no Brasil, Toshifumi Murata (conselheiro do Banco de Tókio-Mitsubshi), o presidente da Mitsui & Company, Shinji Tsuchia, o presidente da S.C. Toyota Tsusho do Brasil, Yoshifumi Araki, o diretor presidente da Mitsubishi Corporation do Brasil, Aiichiro Matsunaga (também presidente da Comissão de Relações Institucionais da Câmara de Comércio e Indústria Japonesa no Brasil) e ainda o presidente da Ajinomoto do Brasil, Taro Fujie, também presidente do Departamento de Gêneros Alimentícios da Câmara de Comércio e Indústria Japonesa no Brasil.

O governador de Tocantins, Marcelo Miranda, afirmou que o encontro foi muito importante porque reuniu, pela primeira vez, os quatro governadores dos estados que compõem o Matopiba .

“É importante principalmente no sentido de estarmos programando ações conjuntas para o desenvolvimento da região, para não duplicar estruturas e desperdiçar recursos ao invés de fornecer apoio ao produtor”, falou Marcelo Miranda.

Em seu discurso, o governador do Maranhão, Flávio Dino, destacou as potencialidades do litoral maranhense, além de destacar a disponibilidade de terras agricultáveis e produção de gás natural. A produção de grãos também foi enfatizada pelo governador. O Porto do Itaqui, grande vetor logístico do Maranhão, foi um grande destaque na fala do gestor do estado. Ele apresentou as vantagens e melhorias do Porto do Itaqui, como melhorias estruturais, redução de espera de navios e maior lucro, além de programas de investimentos.

“Já estamos investindo, em 2016, R$255 milhões de recursos da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), sob o comando do governo do estado, e temos recursos privados assegurados próximos a R$1 bilhão, de modo que nós temos R$1.348 bilhão de recursos já garantidos no Porto do Itaqui, públicos e privados, para investimento nos próximos 3 anos”, afirmou. “Nós temos um grande patamar para alavancar ainda mais esta realidade, que une o Brasil e o Japão, e o Porto do Itaqui é um desses laços mais firmes dessa aproximação entre estas duas grandes nações. O Maranhão aqui comparece oferecendo ao Matopiba e aos irmãos japoneses a convicção de que o Porto do Matopiba é o Porto do Itaqui. O porto mais promissor do Brasil é o Porto do Itaqui, e convidamos a todos a investir, visitar e acreditar”, falou Flávio Dino.

A ministra Kátia Abreu falou que os quatro governadores do Matopiba firmaram também, durante o evento, a Declaração de Palmas, um documento que prevê o desenvolvimento de estratégias conjuntas para o desenvolvimento socioeconômico da área, levando em conta os desafios regionais específicos.

“A Declaração é uma proposta de abordagem coordenada entre o Ministério da Agricultura e os quatro estados, no que se refere à integração produtiva regional, ao acesso conjunto a terceiros mercados, e a ações de promoção de investimentos, além de uma parceria estratégica no setor de estrutura e logística”, falou Kátia Abreu.

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Fonte: jormal Meio Norte